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terça-feira, 7 de novembro de 2017

Opinião: Chiquinho teria sobrevivido ao infarto sem o Isordil da Dagmar?

Há exatamente um ano, então prefeito eleito de Ribeirão Bonito passou três dias na UTI após ataque cardíaco

Em primeiro discurso após a vitória, Chiquinho agradeceu Dagmar e ofereceu resultado da eleição a ela (2.out.2016/BMR)
Era uma segunda-feira, dia 7 de novembro de 2016, que abria uma semana de agenda lotada para o então prefeito eleito de Ribeirão Bonito. Francisco José Campaner (PSDB) participava de reuniões de transição na casa da advogada e coordenadora de sua campanha Maria Dagmar Blota quando passou mal. Chiquinho sofria um infarto agudo do miocárdio, mas antes de chegar ao Pronto Socorro local, um pequeno comprimido presente na carteira de Dagmar mudou o que poderia ter sido um desfecho, até então, trágico e ceifado a vida de quem era chamado de "esperança" para o povo.

Naquela manhã, Campaner já havia acordado com dores no peito, conforme o próprio relatou à época, mas manteve seus compromissos, seguiu para sua empresa em Boa Esperança do Sul e voltou para Ribeirão Bonito no início da tarde para encontros políticos. As dores se intensificaram, mas ele não comunicou a ninguém; acreditava que seriam gases. Concluiu uma reunião com médicos, saiu, mas voltou à casa de Dagmar e desabou. Queixando-se da falta de ar, apresentando sudorese intensa e roxidão nos lábios, Chiquinho estava inquieto, deitou-se no sofá e logo depois se jogou no chão.

Também enfermeira, Dagmar suspeitou de um ataque cardíaco em evolução, imediatamente sacou a carteira e pegou um comprimido de Isordil, vasodilatador de uso oral sublingual usado no tratamento de problemas cardíacos, e o deu para Chiquinho, levado rapidamente para o carro e encaminhado ao Pronto Socorro Municipal, onde precisou ser reanimado por cerca de uma hora e meia, até sua transferência para a Santa Casa de São Carlos, onde foi submetido a uma angioplastia, para reparar vasos sanguíneos danificados, e mantido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ao longo de três dias.

Para os médicos que atenderam Chiquinho Campaner naquela oportunidade, o Isordil de Dagmar foi crucial para salvar a vida do prefeito eleito. Carlos Antonio Mello Buzzá, o doutor Caio, foi o primeiro a atender Chiquinho no PS de Ribeirão Bonito e disse que, sem o medicamento, seria muito provável que Campaner não tivesse tido chance e talvez já teria chegado sem vida à unidade. João Oscar Comar, médico que recebeu o prefeito eleito na chegada a São Carlos, chegou a brincar, disse que Dagmar salvou a vida de Chiquinho e questionou "quem anda com Isordil na carteira".

Tensão marcou um recente encontro entre Chiquinho e Dagmar, mas prefeito fugiu ao ser confrontado (20.out.2017/BMR)
Campaner se recuperou. Deixou o hospital, mas se manteve em repouso na casa de familiares em São Carlos, longe dos compromissos políticos para preservar a saúde. Em diversos depoimentos, inclusive em seu discurso de posse, demonstrou gratidão a Deus por, em suas palavras, ter recebido uma nova oportunidade de viver. Mas depois do infarto, Chiquinho passou a se comportar de maneira diferente, um pouco mais impaciente e intolerante a certas ideias com as quais não concordava. A situação se agravou após sua posse, em 1° de janeiro, quando assumiu uma postura autoritária e desequilibrada.

Aclamado como a esperança de mudança, Chiquinho foi eleito com ampla vantagem sobre os seus adversários. Com uma equipe unida e empenhada em promover uma verdadeira revolução na forma de administrar o Município, tudo levava a crer que seu mandato traria um impacto positivo logo em seu início, mas principalmente que, ao final de quatro anos, deixaria Ribeirão Bonito com uma cara nova, sinais de avanços e progresso em todos os setores. Essa expectativa mobilizou a população em solidariedade a Campaner no episódio do infarto e foram centenas de manifestações populares.

Mas e se não fosse o Isordil da Dagmar? E se Chiquinho Campaner não tivesse sobrevivido ao infarto e o futuro de Ribeirão Bonito ficasse incerto? Certamente se reproduziria em Ribeirão Bonito uma situação parecida ao que ocorreu em todo o Brasil com a morte de Tancredo Neves em 1985. Poderia ter se tornado um ícone, um ídolo, ou até mesmo um mártir. Mas uma coisa é certa: se Chiquinho não tivesse chegado a tomar posse, Ribeirão Bonito não estaria vivendo um momento tão triste, caótico e desastroso, política e socialmente, em função de mazelas e desmandos da atuação do prefeito ingrato.

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